segunda-feira, 27 de abril de 2015

Fim da faculdade


Muitos estudantes passam por processos exaustivos quando estão para se formar na faculdade, seja uma monografia no final do semestre ou concursos públicos que vão prestar ou dúvidas sobre o futuro profissional. Ou tudo junto.

O clima é de festa também, afinal chegou o tão desejado dia de se formar e poder trabalhar naquilo que escolheu.

A questão que as dúvidas são grandes, qual destino seguir, qual area se especializar, para onde ir. Muitos se sentem perdidos.

É um momento de muita pressão, que precisa escolher rápido e fazer dar certo a escolha. Pois ninguém quer fazer uma faculdade a toa, todos querem poder exercer o que aprendeu e trabalhar. Um curso a mais, uma pós graduação, uma residência (na area médica), ou só trabalhar. 

É preciso conhecer o perfil que tem. O que gosta, o que quer do futuro, o que se sente preparado para fazer e poder dar conta. Tem gente que pensa no dinheiro, ou em ter prestígio, ou em seguir um sonho, ou se auto desafiar, ou que quer tudo isso e mais um pouco. 

Encontrar primeiro o foco. Imagina onde você quer estar daqui 10 anos... Se sabe, procura o que precisa para chegar desde de baixo até lá. Pensar pequeno para depois subir. Muitos se perdem quando já pensam por cima.

Dentro da area médica que entendo melhor, após a faculdade surge um novo "vestibular" com cursinhos preparatórios por causa do concurso para residência médica. Começam 2 anos antes, estudando e focando naquela prova. Aulas toda semana, apostilas e mais apostilas, exercícios. 

O que parece ser algo bem instrutivo já que estamos aprendendo sobre a própria area, percebo que se torna um pouco de devaneio. Situações raras, diagnósticos e tratamentos inviáveis quando pensam em saúde pública. Devaneios que a nossa realidade não permite, que nossa prática não nos oferece. 

Exigem em uma prova de concurso público para assim trabalhar nesse sistema público algo que não é oferecido para o médico, o que não faz muito sentido. Você estuda, aprende, decora tudo perfeito na teoria, mas chega na prática e se depara com algo diferente, que precisa utilizar de artificios para chegar a algum diagnóstico ou tratamento. Acredito que não faça sentido na cabeça de muitos, mas como é preciso saber para a prova, todos estudam e encaram essa diferença grande entre o mundo teórico e prático.

Não basta ter que estudar, é preciso saber fazer prova. Muitas provas possuem questões que deveriam ser anuladas, algumas até são anuladas, outras não. É preciso ter uma noção de quem fez a prova o quer que você responda ou que bibliografia usou. Para cada justificativa se baseiam em uma referência, porém nem sempre a referência citada seja a mais atual ou a mais certa. Fica a critério de quem fez o que acha mais certo.

O medo pelo novo, ou a falta de perspectiva, deixam muitos paralisados sem saber para onde seguir. O que posso dizer pela experiência que tive quando terminei a faculdade de medicina em 2014 que não existe fórmula certa, que não adianta fugir se quer crescer. É encarar e assumir que você não concorda com muita coisa mas que para chegar em algum lugar, precisa se mover. Vai precisar abdicar de prazeres de vez em quando, vai precisar ignorar injustiças ou raivas, vai precisar ouvir calado e enfrentar.

Isso não serve só para o fim da faculdade, mas para a vida. Não vejo o estresse diminuindo ou a pressão menor por ter passado para a residência médica. Novas pressões surgem. Acredito que o fim da faculdade é a ficha caindo que o amadurecimento chegou. 

Ou cresce e corre atrás.

Ou para e fica para trás.

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